Quantcast
Channel: Época SP - Adote São Paulo » Tietê
Viewing all articles
Browse latest Browse all 2

Qual o seu sonho para São Paulo?

$
0
0

 

São Paulo

 

Foi no palco de aniversário da cidade, organizado pela rádio CBN, nessa quarta-feira, no Pátio do Colégio, que a colega e jornalista Fabíola Cidral perguntou aos convidados – e eu estava entre eles -, qual a coisa que imaginava fazer no futuro em São Paulo. A criatividade na resposta é uma exigência quando se é desafiado a pensar além do nosso horizonte e, principalmente, quando ao nosso lado tem gente com muita experiência e capacidade intelectual invejável tal como Ruy Otake e suas obras geniais – fiquei encantando com os “redondinhos”, prédios construídos na Favela de Heliópolis que abrigam, de forma respeitosa e bonita, 400 famílias e receberão ao fim do projeto cerca de 1300. Estavam lá, também, Juca Kfouri, Maurício Broinizi, Rosa Alegria, José Luiz Portella e Gilberto Dimenstein – todos comprometidos com a ideia de se construir um cidade melhor para os paulistanos, para todos os paulistanos.

Foi curioso ver as ideias que surgiram pouco antes do encerramento do programa, momento em que o desafio foi proposto, sendo uma delas velha conhecida: nadar no rio Tietê. Nos depoimentos que ouço e textos que leio no programa Conte Sua História de São Paulo, no ar há oito anos, também na CBN, muitos paulistanos que tiveram oportunidade de viver na primeira metade do século passado, relembram das competições de remo travadas e dos banhos que tomaram pulando de trapiches construídos na beira do rio. Muitos ainda sonham um dia ver seus netos tendo esta mesma oportunidade. Sabemos, porém, que está muito distante de chegar este dia, apesar dos milhões de dólares que afundaram nas águas sujas do Tietê, e das dezenas de promessas feitas no Palácio dos Bandeirantes. Eu mesmo, na época de repórter de rua, ouvi do então governador Luis Antônio Fleury – confesso, depois de provocado por mim – que arriscaria um banho no Tietê até o fim da gestão dele, para demonstrar confiança no projeto de despoluição que anunciava. Se não tomar banho, ao menos vou passear de sunga na praia do Tietê, disse em um recuo estratégico. Nem banho nem sunga, pois a poluição permanece lá e as margens estão tomadas de carros e sujeira.

Apareceram outras respostas como o cidadão se apropriar da cidade, a distribuição mais justa da riqueza produzida por aqui e a redução das diferenças de ofertas à população. A falta de tempo no programa impediu que a enquete chegasse até mim e me deu a oportunidade de pensar um pouco mais sobre o tema. Já havia dedicado ao menos um post deste blog para falar sobre o que eu espero para o futuro de São Paulo, quando descrevi, inclusive, algumas premissas necessárias para que nossos desejos se realizassem, por exemplo termos projetos que equilibrassem custo, acessibilidade e qualidade. Desta vez, porém, quero algo bem mais simples. Apenas expressar que meu sonho é que todo o paulistano possa caminhar pela cidade, deixar sua casa, visitar os amigos, chegar ao parque mais próximo, ir ao trabalho ou à escola sem precisar entrar em um automóvel. De preferência a pé, quando muito pegando um ônibus logo ali na esquina e descendo próximo de seu destino. Vale pedalar de um ponto ao outro, também. O dia que tivermos este sonho realizado é porque fomos capazes de aproximar a cidade das pessoas e as pessoas uma das outras, tornado São Paulo uma cidade cidadã.

E qual é o seu sonho para São Paulo?


Viewing all articles
Browse latest Browse all 2

Latest Images

Trending Articles





Latest Images